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Como escolher um tratamento alternativo?

A maioria dos médicos tradicionais são de pouca valia quando se trata de orientar pacientes no campo da medicina complementar. Simultaneamente, a mídia bombardeia a população com uma variedade de produtos “naturais” e “alternativos”, supostamente não-tóxicos, que curam desde acne até câncer. Mas, para quem deseja um tratamento alternativo sério, como peneirar essas informações e não comprar gato por lebre ?

 

a) Tenha um diagnóstico médico: comece sempre obtendo um diagnóstico médico da sua doença com um médico. Não pese você mesmo os benefícios e os possíveis efeitos colaterais de um tratamento tradicional, decidindo por uma ou outra abordagem. Converse sempre com seu médico, seja franco, e jamais abandone aventureiramente um tratamento tradicional comprovado por uma terapia complementar.

b) Informe-se: estando de posse do diagnóstico e de uma boa dose de conhecimento sobre os tratamentos possíveis para seu distúrbio, procure informar-se melhor sobre o que exatamente a medicina complementar pode fazer pela sua doença. É muito comum um paciente ouvir comentários acerca de uma terapia complementar que foi útil para alguém e achar que a mesma abordagem pode ajudá-lo. Sem dúvida alguma é de grande valia conversar com pessoas que obtiveram bons resultados com terapias complementares, mas tenha sempre em mente que as pessoas que não se deram bem – ou mesmo aquelas sofreram efeitos colaterais desagradáveis – geralmente não fazem propaganda do ocorrido. Na verdade, é possível que a pessoa de quem você teve as boas notícias tenha sido uma de uma centena que efetivamente conseguiu bons resultados com aquele tratamento.

Ainda, muitas doenças são auto-limitadas – elas melhoram com, sem, ou apesar do tratamento. Outras doenças, como a esclerose múltipla, podem exibir pioras e melhoras a despeito de qualquer tratamento. Nestes casos, não é de muita ajuda saber que alguém melhorou usando esta ou aquela abordagem alternativa, pois a melhora poderia ter ocorrido mesmo sem o remédio. Além disso, lembre-se de que as pessoas que utilizam estas abordagem geralmente associam diversas terapias complementares e remédios da medicina ocidental tradicional, impossibilitando saber qual tratamento – ou qual combinação – foi o(a) responsável pela melhora.

c) Confirme as fontes: a Internet pode ser uma ferramenta valiosa na localização de informações sobre os tatamentos alternativos disponíveis, mas esteja atento: a rede não contêm apenas informações confiáveis. Só porque aparece na internet não quer dizer que é verdade. Os sites médicos geralmente oferecem as informações mais confiáveis, mas eles raramente abordam assuntos alternativos. Quando o fazem, tendem a pecar pelo conservadorismo excessivo.

Se um site médico diz que uma terapia ainda não foi comprovada científicamente, isso não quer dizer que aquela abordagem não possa ser eficaz. Os sites de grupos de apoio são boas fontes de informação. Grupos de discussão podem lhe dar uma noção de quais tratamentos estão apresentando os melhores resultados e quais não merecem sua atenção.

Tome cuidado com os sites mantidos por grupos que propõem uma terapia em particular, especialmente se colocam um produto à venda. Duvide de qualquer informação, seja na internet ou em outra forma de mídia, que divulgue “curas milagrosas” para doenças que a medicina ocidental tradicional considera incuráveis ou que encorage os pacientes a abandonar a medicina tradicional pela abordagem alternativa.

Ao avaliar a informação, dê uma conferida nos estudos de referência. É muito comum que livros inteiros baseiem-se em apenas um pequeno estudo, e isso se traduz em informação pouco confiável. Quanto mais citações e estudos de referência, melhor. Faz parte da natureza das pesquisas que os estudos sejam contraditórios e que as respostas apareçam apenas gradualmente.

Estudos envolvendo testes em seres humanos são muito mais valiosos que pesquisas em animais ou em tubos de ensaio (os chamados estudos in vitro).

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