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Qual a relação entre febre reumática e dor de garganta?

A febre reumática é a consequência de um tipo de bactéria. A pessoa tem que ter uma amigdalite com um tipo de Streptococcus que irá desencadear uma relação autoimune. Ou seja, o sistema de defesa do organismo começa a reconhecer algumas áreas do coração, ou dos rins, com uma espécie de reação cruzada. Aí o corpo começa a produzir anticorpos contra essas regiões, devido a essa reação cruzada.

Para ter a febre reumática a pessoa precisa ter a capacidade de formar esses anticorpos após ter o contato com a bactéria. Por isso não há febre reumática disseminada. Hoje é raro de ver. Talvez nos próximos anos, com a determinação de que antibiótico só pode ser vendido com receita médica, possa até aumentar um pouco a ocorrência dos casos. Mas, como durante quase 40 anos houve uma cultura de comprar antibiótico como se compra aspirina, talvez o número de infecções pelo Streptococcus tenha diminuído pelo seu uso indiscriminado.

 

Qual a diferença da dor de garganta em adultos para a dor de garganta em crianças?

As crianças têm uma imunidade não completa. Elas têm hábitos sociais que facilitam a disseminação. Por exemplo, hoje a criança começa a frequentar a creche aos 6 meses de idade e fica em contato com crianças das mais variadas idades. As crianças têm imunidade pior e um convívio social que propicia a disseminação de bactérias e vírus.

Uma é que criança costuma ter febre mais alta. Ela também é um pouco mais frágil e fica mais fraca e quieta quando fica doente, não quer comer, nem brincar.

 

Quando a retirada das amígdalas é recomendada? Ainda é feito esse procedimento?

Ainda é um procedimento muito comum na especialidade de otorrinolaringologia, mas é feita de maneira diferente do que acontecia na década de 50 e 60. Naquela época se tiravam as amígdalas para se prevenir inúmeras doenças, as quais se pensava estarem relacionadas às infecções de amígdalas. Hoje, entende-se que retirar amígdala não adianta na prevenção da febre reumática, já que a bactéria fica distribuída em toda a faringe.

Hoje, a retirada das amígdalas está indicada quando a criança tem mais de 4 infecções bacterianas confirmadas por ano, ou mais do que 6 em dois anos. Mas a maior indicação não é mais a infecção, e sim os problemas de obstrução de vias aéreas. Ou seja, os pacientes, a maioria crianças, que roncam. São pacientes que possuem uma amígdala muito grande e o ar passa de forma inadequada na região do nariz e tem dificuldade em chegar à laringe e dali aos pulmões. Por isso, acaba sendo recomendada a retirada da amígdala para melhorar a respiração da criança.

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