Automutilação: como identificar e curar esse problema

A pessoa que pratica o ato da automutilação tem consciência da dor física que pode causar a si própria?

Teoricamente, a dor gerada pela produção de um ferimento seria um estímulo aversivo. Entretanto, os pacientes que se automutilam o fazem repetidamente e, em alguns casos, de forma compulsiva, sem conseguir parar. A explicação para isso é que a dor emocional seria muito grande e o adolescente, provocando o ferimento, desviaria sua atenção para uma dor física, que seria mais fácil de ser compartilhada e suportada.

Sofrer de outras doenças pode levar uma pessoa a se automutilar?

O transtorno psiquiátrico associado à automutilação mais citado na literatura, entre a população adulta, é o transtorno de personalidade borderline, caracterizado por uma tendência a um padrão de instabilidade em relacionamentos interpessoais, autoimagem e humor, além de impulsividade e tentativas de evitar abandonos. Outros transtornos que podem cursar com automutilação são: depressão, ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo, problemas de conduta, comportamento antissocial, transtornos alimentares e transtorno dismórfico corporal, transtorno de estresse pós-traumático, transtornos dissociativos, abuso de substâncias e transtorno explosivo intermitente.

Dra. Jackeline Suzie Giusti – CRM 80715 – é Psiquitra, Coordenadora de programa sobre auto-mutilação.

Ilustração: Felipe Teixeira