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Estudos têm demonstrado que a exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol aumenta o risco de melanoma, especialmente se a pessoa teve queimaduras do sol durante a infância. Ao longo dos últimos anos, uma equipe de cientistas usou camundongos geneticamente modificados para confirmar a ligação entre UV e melanoma. A equipe, que inclui membros do NCI, esteve trabalhando recentemente para decifrar a natureza dessa ligação.

No estudo, publicado on-line na revista Nature em 19 de janeiro de 2011, os pesquisadores criaram um esquema para determinar quais mudanças ocorrem quando os melanócitos são expostos à radiação UV. Os cientistas então desenvolveram camundongos cujos melanócitos expressavam uma proteína verde fluorescente. As células poderiam então ser facilmente controladas no rato e purificadas a partir da pele.

A equipe expôs os ratos a níveis de radiação UV que normalmente causam queimaduras nas pessoas. Eles detectaram um maior número de melanócitos na pele, e mais tarde as células migraram para a camada exterior da pele. A análise das células mostrou um conjunto de genes conhecidos para responder a uma proteína chamada interferon-gama (IFN-g). Essas mudanças não ocorreram quando os pesquisadores obstruíram o IFN-g nos camundongos, sugerindo que essa proteína está envolvida na ativação de melanócitos frente à exposição à radiação UV. A descoberta é surpreendente, porque o IFN-g já tinha sido considerado um contribuinte para as defesas do organismo contra o câncer.

Os cientistas descobriram que o IFN-g veio de células imunes chamadas macrófagos, que entraram na pele após exposição à radiação UV. Quando a equipe misturou esses macrófagos com células de melanoma e transplantaram-nas nas peles dos camundongos, eles viram um aumento no crescimento de tumores. No entanto, os macrófagos dos camundongos que não haviam sido expostos à radiação UV não promoveram o crescimento tumoral. O aumento do tumor também desapareceu quando os investigadores obstruíram o IFN-g.

Finalmente a equipe analisou os tumores de melanoma humano. Eles descobriram que 70% deles continham macrófagos que produzem o IFN-g. Em conjunto, esses resultados sugerem fortemente que os IFN-g produtores de macrófagos desempenham um papel importante na promoção de melanoma induzida pelos raios UV. Portanto, os tratamentos que bloqueiam o IFN-g após queimadura solar podem impedir que os melanócitos se tornem cancerígenos, afirmou o estudo.

 

Fonte: National Institutes of Health (NIH)

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