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Quais são as causas?

Podem ser divididas em: fatores genéticos, biológicos e psicossociais.

 

Fatores genéticos: aproximadamente 15 a 17% dos parentes de primeiro grau dos pacientes com transtorno do pânico apresentam o mesmo quadro. A taxa de concordância para gêmeos monozigóticos ultrapassa os 80%, o que é extremamente sugestivo da importância dos fatores genéticos. A taxa de concordância em gêmeos dizigóticos é de no máximo 15%.

 

Fatores psicossociais: as teorias psicanalíticas conceituam os ataques de pânico como resultado de uma defesa malsucedida contra impulsos provocadores de ansiedade. De acordo com as teorias comportamentais, os ataques de pânico e a agorafobia (medo de estar em espaços abertos ou no meio de uma multidão) desenvolvem-se simultaneamente, ou a agorafobia precede os ataques de pânico. Esses ataques seriam o sinal de alerta ao nos defrontarmos com situações reais ou subjetivas de medo.

 

Fatores biológicos: sua pesquisa foi incentivada pela observação, na década de 70, de que estes pacientes tornavam-se assintomáticos com o uso de antidepressivos tricíclicos. Após um período de grande estímulo à pesquisa deste quadro, podemos dizer que é o transtorno psiquiátrico cujos fatores biológicos são mais conhecidos. Entre eles estão as anormalidades das catecolaminas, principalmente a noradrenalina e a serotonina. O “locus ceruleus” no tronco cerebral, rico em noradrenalina, está particularmente envolvido no desencadeamento do ataque de pânico.

Mudanças de pH no sistema nervoso central também podem estar associadas. As infusões de lactato de sódio e simulações de hiperventilação têm reforçado esta hipótese. Talvez estes pacientes tenham fraca tolerância a pequenas mudanças de pH ou produzam mais ácido láctico que o normal.

Alguns estudos com imagem – ressonância magnética e tomografia por emissão de pósitrons –têm sugerido anormalidades anatômicas, de fluxo sanguíneo e metabolismo no lobo temporal direito e na área para-hipocampal direita.

Há ainda a associação entre prolapso da válvula mitral e transtorno de pânico. Neste aspecto há diferentes correntes entre os psiquiatras: aqueles que defendem uma associação etiológica, outros uma associação sintomatológica. Defendemos que o prolapso da válvula mitral é achado ocasional quando de exame físico pormenorizado e exames laboratoriais, como o ecocardiograma. Os pacientes com transtorno de pânico, devido às diversas sensações físicas e aos inúmeros exames a que se submetem, têm maior chance de serem diagnosticados como portadores de prolapso da válvula mitral. Não há estudos demonstrando que a prevalência de prolapso seja maior nestes pacientes do que na população sem transtorno de pânico.

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