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O diagnóstico é preciso? Como é feito?

O diagnóstico da síndrome de Asperger é um processo minucioso, que envolve o acompanhamento de profissionais de áreas que se complementam, como a fonoaudiologia, neurologia, psicologia e psiquiatria, entre outras. Quanto mais jovem a criança, mais difícil a identificação das características, tanto pela necessidade de se descartar a presença de outros quadros patológicos, quanto pelo desenvolvimento neuropsicomotor. Em contraponto, quanto mais precoce a identificação de uma alteração de desenvolvimento, melhor o prognóstico.

O diagnóstico tardio também pode ocorrer e é comum. Alguns casos de síndrome de Asperger são identificados na adolescência ou na idade adulta; seja por um diagnóstico equivocado na infância ou pelas características apenas ficarem mais ressaltadas posteriormente.

 

Há como curar a síndrome? Como funciona o tratamento?

Não há cura, pois a síndrome de Asperger interfere estruturalmente no desenvolvimento. Entretanto, há muito a ser feito! O acompanhamento por profissionais das áreas da fonoaudiologia, neurologia, psicologia, psiquiatria, entre as demais, é fundamental. Uma criança, como qualquer pessoa, sempre está aberta a possibilidades de desenvolvimento saudável e, geralmente, os profissionais trabalham com hipóteses diagnósticas e oferecem condutas terapêuticas que minimizem sintomas e promovam desenvolvimento de potenciais e de recursos presentes na criança e na família. Quanto antes as terapias necessárias forem oferecidas à criança, melhor para ela e seus familiares. O suporte emocional e a orientação aos pais, cuidadores e outros familiares é fundamental sempre. Quando a criança passa a frequentar uma escola, a orientação à equipe de professores também é necessária. É importante que todos os profissionais envolvidos tenham uma boa interlocução.

É importante também que a família escolha profissionais de sua confiança. Uma segunda opinião sempre deve ser pedida e é sempre bem-vinda. No entanto, se os pais não se vincularem em algum momento aos profissionais e não investirem tempo no tratamento, os resultados serão precários e pode haver agravamento das dificuldades. Por isso, o apoio emocional à família é fundamental, pois a experiência clínica mostra que a pouca aderência ao tratamento está muito associada à dificuldade de aceitação da família.

 

 

Patricia Ribeiro Zukauskas, CRP 06/51372-0, é psicóloga e mantém atividade clínica em psicoterapia, orientação familiar e avaliação psicológica. É especialista em Avaliação Psicológica e Neuropsicológica pelo Serviço de Psicologia do IPQ-HCFMUSP e Doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

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