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A hidroginástica tem sido muito utilizada com idosos. Por que a atividade é recomendável para essa faixa etária?

A hidroginástica é amplamente recomendada para indivíduos idosos pelos seus diversos benefícios para a saúde nos seus componentes físico, mental e social. Um dos principais fatores relaciona-se ao fato de ela promover benefícios físicos importantes para a manutenção da autonomia e independência funcional nessa faixa etária, que é um momento da vida no qual ocorre uma perda significativa de força muscular, massa muscular, massa óssea e condicionamento cardiorrespiratório. Além disso, é uma atividade que pode ser realizada com um impacto reduzido quando comparada a outras atividades, que é importante para os indivíduos que apresentam problemas e limitações ortopédicos tão comuns nessa idade. Associado a isso, pelas características da água, muitos indivíduos conseguem realizar exercícios na hidroginástica que seriam incapazes de realizar no solo. Outra característica associada ao envelhecimento são os problemas cardiovasculares, e diversos estudos têm demonstrado que essa modalidade apresenta uma menor sobrecarga cardiovascular comparada aos exercícios no solo e pode trazer inúmeros benefícios. Por fim, nessa faixa etária, os idosos se beneficiam desse tipo de atividade por ser realizada em grupo e criar um círculo de amizades que melhora a vida social dos praticantes.

 

A hidroginástica possui alguma contraindicação? Ela pode ser praticada, por exemplo, por aqueles que não sabem nadar?

A hidroginástica é uma modalidade caracterizada por vários exercícios baseados no uso da resistência da água como sobrecarga. Dessa forma, costumo dizer que os exercícios aquáticos não possuem contraindicações, mas sim que alguns indivíduos com certas patologias podem ter alguns exercícios contraindicados. Logo, dependendo das características individuais, alguns exercícios devem ser evitados. Nossos estudos demonstram que, por exemplo, exercícios realizados na posição em pé com saltitos apresentam uma força de impacto nos membros inferiores maior do que os exercícios realizados na posição em pé com os pés deslizando no fundo da piscina. A partir disso, a prescrição de exercícios para indivíduos obesos ou com problemas ortopédicos que devam minimizar a sobrecarga nos membros inferiores deve priorizar exercícios com deslizes. Limitações específicas devem ser individualmente investigadas e exercícios alternativos devem ser propostos quando necessário para determinados alunos, ainda que a aula seja realizada em grupo. Indivíduos que não sabem nadar podem praticar aulas de hidroginástica, uma vez que os exercícios são realizados com o indivíduo na postura em pé ou em suspensão, com o auxílio de aquatubos, e não é preciso mergulhar.

 

Qual é a recomendação dada a quem quer começar a praticar a hidroginástica?

Pessoas que querem começar a praticar a hidroginástica devem inicialmente realizar uma avaliação física para mensurar o seu condicionamento inicial, assim como investigar os parâmetros do condicionamento físico que devem ser melhorados. Além disso, nessa avaliação, será realizado um questionário para que o professor tenha conhecimento dos objetivos dos seus alunos com relação às aulas, das suas patologias, dos seus possíveis usos de medicamentos (que podem ou não influenciar na prescrição da sua aula), entre outros. Populações especiais, como gestantes, idosos, diabéticos e dislipidêmicos, por exemplo, devem realizar uma avaliação médica e ter sua liberação para a prática de exercícios. Após essa avaliação inicial, o seu professor vai ter conhecimento das suas necessidades, particularidades e objetivos e vai poder realizar uma aula, independente de ser em grupo ou não, individualizada para você.

 

 

Profª. Drª. Cristine Lima Alberton é professora adjunta da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas, responsável pela disciplina de Hidroginástica. Graduada em Educação Física, Mestre e Doutora em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com estágio na Escola de Ciências Fisiológicas e Morfológicas da Università degli Studi di Milano - Itália. Vice-coordenadora do Grupo de Pesquisa em Atividades Aquáticas e Terrestres e pós-doutoranda da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, desenvolvendo pesquisas especialmente na área de respostas fisiológicas e biomecânicas de exercícios no meio aquático.

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