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A jabuticaba é uma fruta rica em antocianidina. Quais os benefícios dessa substância?
Após constatação da presença desses compostos, nosso grupo de pesquisa decidiu investigar dois extratos de casca de jabuticaba em testes de laboratório, utilizando células cancerígenas humanas (isoladamente), sendo elas: células tumorais de melanoma, mama, rins, ovário, pulmão, cólon, células nervosas, leucemia e próstata. Foi constatado que foram necessárias baixas concentrações de casca de jabuticaba no extrato para inibir o crescimento de células tumorais da próstata e leucemia humana em 50%.
Fale mais sobre a ação da jabuticaba no combate ao câncer.
Nós cremos que a casca de jabuticaba possui ação em duas etapas do câncer. A fruta tem propriedade antioxidante suficiente para combater os radicais livres responsáveis pela primeira etapa da multiplicação das células cancerígenas, a chamada primeira fase. Já na segunda, as substâncias da fruta inibem a ação de enzimas que acabam por gerar as células anômalas. Com relação ao teste com células cancerígenas, nós somente realizamos testes in vitro.
Para fazer a análise, as células foram incubadas em condições apropriadas com extrato preparado com a casca da jabuticaba e, a partir daí, foram realizadas comparações com células sem o extrato, tratadas com cloridrato de doxorrubicina (um potente antineoplásico). O próximo passo será o estudo em ratos, pois assim podemos ter a confirmação se existe ação dos compostos presentes na casca da fruta em organismos vivos com a doença já instalada.
A jabuticaba pode trazer benefícios para outras doenças, além do câncer?
Outros dos nossos estudos com ratos de laboratório mostraram que a casca consumida todos os dias, em um período de 30 a 40 dias consecutivos, pode prevenir e tratar alguns parâmetros ligados à obesidade e diabetes. Os ratos alimentados com casca de jabuticaba, além de apresentarem a sua defesa antioxidante aumentada, mostraram melhoras nos quadros de resistência à insulina, aumento do HDL-colesterol e diminuição do LDL-colesterol, popularmente conhecidos como o bom e mau colesterol, respectivamente.