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“O risco de desenvolver a doença foi 34% menor naquelas que tomaram café na hora do almoço”, explica Daniela Sartorelli, nutricionista e professora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da USP, que fez a análise dos dados durante o seu pós-doutorado no Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale, na França.
Durante o período do estudo, 1415 participantes desenvolveram diabetes. O curioso é que apenas 374 mulheres que consumiram pelo menos 125 ml de café durante o almoço foram diagnosticadas com a doença. As outras 1051 mulheres tomavam menor ou nenhuma quantidade da bebida.
Daniela afirma que ainda é muito cedo para se constatar que o café realmente reduz os riscos de desenvolver diabetes. “Ainda precisamos de um maior número de estudos para chegar a uma recomendação. Há estudos de intervenção em andamento em algumas partes do mundo e estes resultados poderão esclarecer os mecanismos envolvidos no efeito da bebida no risco de diabetes”, explica.
Vários estudos sugerem que o café reduz o risco de desenvolver o diabetes, mas este estudo foi pioneiro no que diz respeito ao horário em que a bebida é consumida e os resultados desta ingestão. Os dados estão em artigo publicado no American Journal of Clinical Nutrition.
Há duas explicações possíveis para entender por que apenas o café na hora do almoço teve relação com o menor risco de diabetes. O café pode ter diminuído o risco de diabete por retardar ou reduzir a absorção de uma parte da glicose adquirida no almoço. Ou a bebida pode ter protegido da diabetes porque depois do almoço costuma ser tomada sem leite. A pesquisa mostrou que apenas o café sem leite reduziu o risco de desenvolver diabetes.
Segundo Daniela, o número de pessoas com diabetes no Brasil deve crescer. “Pesquisas mostram um aumento importante de pessoas portadoras de excesso de peso. E também maior longevidade”, diz Daniela. “Esses fatores tornam as pessoas mais predispostas à doença”. Os países em desenvolvimento podem ver a taxa de diabéticos crescer até 170% nos próximos 20 anos. A doença deve acometer principalmente quem tem entre 45 e 64 anos.
Com informações da Agência USP de Notícias
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