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Quais são as vacinas existentes para a difteria? Quem precisa tomar a vacina? O tratamento/vacinas é igual para adultos e crianças?

A vacina contra difteria é preparada a partir da toxina purificada, proveniente da amostra padrão Park-Williams (PW-8), e tratada com formalina e calor para destruir sua atividade tóxica. Com esse tratamento, a toxina diftérica torna-se inativa, isto é, perde sua capacidade de ligação às células e também sua atividade enzimática, mas retém sua imunogenicidade. As proteínas inativadas, denominadas toxoides, retêm atividade antigênica suficiente para fornecer proteção contra a doença.

Os toxoides da difteria e do tétano (dT) são combinados em uma única vacina com uma preparação morta da bactéria Bordetella pertussis, denominada tríplice bacteriana (DTP). A resposta imune ao toxoide diftérico é reforçada pelo efeito adjuvante das bactérias da coqueluche, que produzem uma forte reação inflamatória no local da injeção, e, além disso, contém timerosal como estabilizador e hidróxido de alumínio como adjuvante vacinal.

A vacina combinada Tetravalente (DTP + Hib) consiste de duas vacinas: a polissacarídica contra Haemophilus influenzae tipo B (Hib) conjugada com a proteína tetânica sob a forma de pó (liofilizada); com a vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DPT) sob a forma de suspensão injetável, conferindo assim imunidade contra as respectivas doenças. É indicada para crianças entre dois meses e um ano de idade.

 

A vacina dupla contém os toxoides diftérico e tetânico e é apresentada nas formas infantil (DT) e adulto (dT). A vacina DT contém a mesma quantidade de toxoides tetânico (10 a 20 UI) e diftérico (30 UI) que a vacina tríplice (DPT). Já a dT contém menor quantidade de toxoide diftérico (2 a 4 UI).

A vacina dupla infantil (DT) deve ser usada somente em crianças que tenham contraindicações para receber a vacina tríplice (DPT) ou tenham tido coqueluche, com diagnóstico bem fundamentado. Tanto a vacina DPT quanto a DT podem ser utilizadas em crianças que ainda não completaram sete anos de idade. Para as crianças acima de sete anos, quando houver indicação, devem receber a vacina dupla do tipo adulto (dT), que contém dose reduzida do componente diftérico.

O esquema de vacinação infantil atual é feito aos 2, 4 e 6 meses de idade com a vacina Tetravalente e dois reforços com a Tríplice Bacteriana (DTP). O primeiro reforço aos 15 meses e o segundo entre 4 e 6 anos. Adolescente (de 11 a 19 anos) que já recebeu anteriormente 3 (três) doses ou mais das vacinas DTP, DT ou dT, aplicar uma dose de reforço. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias. É necessário doses de reforço da vacina a cada 10 anos. A partir dos 20 (vinte) anos, gestantes, não gestantes, homens e idosos que não tiverem comprovação de vacinação anterior, seguir o esquema de 3 doses. Apresentando documentação com esquema incompleto, completar o esquema já iniciado. Adolescentes ou mulheres grávidas que estejam com a vacina em dia, mas receberam a última dose há mais de 05 (cinco) anos, precisam receber uma dose de reforço. Em caso de ferimentos graves em adolescentes ou adultos, a dose de reforço deverá ser antecipada para cinco anos após a última dose.

 

Legenda:

U - Unidades (Padrão)

UI - (Unidade Internacional)

Na prática significam a mesma coisa, porém são normalmente designados assim, inclusive na literatura.

 

 

Thereza Cristina Ferreira Camello é Doutora em Ciências Médicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Ana Luiza de Mattos-Guaraldi é Doutora em Ciências (Microbiologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. As doutoras pertencem ao Laboratório de Difteria e Corinebacterioses Humanas - Disciplina de Microbiologia e Imunologia/DMIP/UERJ, do qual a Profª Ana Luiza é a Coordenadora.

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