Índice deste artigo:

Como é feito o tratamento?

O prognóstico depende do nível de imunidade do paciente, além da precocidade do diagnóstico e do tratamento. Amostras de soro do paciente devem ser obtidas antes da administração de soro antidiftérico (SAD), visando a dosagem de anticorpos antitoxina diftérica. A demonstração de níveis não protetores (≤0,01 UI/ml) de anticorpos pode auxiliar no diagnóstico de casos com culturas negativas.

O tratamento com o soro antidiftérico (SAD) tem como objetivo a neutralização de toxina circulante, enquanto a antibioticoterapia permite a interrupção da produção de exotoxina em decorrência da inibição do crescimento bacteriano.

Uma vez que o SAD é incapaz de neutralizar a toxina já fixada nos tecidos, a administração deve ser realizada o mais precocemente possível frente a uma suspeita clínica bem fundamentada, mesmo sem esperar o resultado da cultura bacteriana. A quantidade de SAD a ser administrada deve ser baseada na gravidade da infecção. Nos casos graves, usualmente, recomenda-se 80.000 a 120.000 U. Em casos leves e moderados, é normalmente aceita como suficiente uma dosagem de 20.000 a 40.000 U e 40.000 a 80.000 U, respectivamente. Nos casos leves e moderados, pode-se administrar metade da dose por via intramuscular (IM) e a outra metade por via endovenosa (EV) e nos casos mais graves, dois terços EV e o restante IM.

A antibioticoterapia com penicilina (cristalina ou procaína) ou eritromicina (desde que o paciente possa deglutir) por um tempo mínimo de 10 dias permite a erradicação do bacilo diftérico da nasofaringe. O portador não tratado pode eliminar o bacilo por período igual ou superior a 6 meses.

Penicilina cristalina: crianças: 100.000-200.000 UI/kg/dia EV, divididas de 4-4 ou de 6-6 horas; adultos: 3.000.000 UI via EV, de 4-4 ou de 6-6 horas.

Penicilina procaína: crianças: 50.000 U/kg/dia, por via IM, em duas tomadas diárias (máximo de 800.000 U/dia). Adultos: 400.000 U por via IM de 12-12 horas.

Eritromicina: crianças: 40 a 50 mg/kg/dia por via oral, divididas de 6-6 horas; adultos: 500 mg por via oral, de 6-6 horas.

Para o controle da disseminação da doença, os portadores assintomáticos de C. diphtheriae na nasofaringe ou na pele devem ser submetidos à antibioticoterapia, independentemente da sua situação vacinal. Apesar da eritromicina ser mais eficaz na eliminação do estado de portador, por motivos operacionais (e também porque apresenta uma boa eficácia), a penicilina benzatina também pode ser administrada, via IM, em dose única de 600.000 UI para os menores de 30 kg e 1.200.000 UI para os maiores de 30 kg.

Publicidade