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CONSULTAS E EXAMES
Como é o processo de exame para os diabéticos? Alguns exames devem ser feitos diariamente?
Pacientes diabéticos devem fazer exames regularmente, mesmo que estejam se sentindo bem.
O diabetes é uma doença pouco sintomática, em geral, e ainda seus sintomas podem ser facilmente confundidos, especialmente nos casos de glicemia fora dos extremos.
Esses exames têm dois objetivos principais no paciente já sabidamente diabético:
a) Avaliar se o tratamento tem sido eficiente em manter os níveis glicêmicos em níveis adequados. Para tal, o médico pode utilizar as glicemias de jejum e pós-prandiais e as medidas de hemoglobina glicada. Enquanto as glicemias, assim como as fitas de glicemia capilar utilizadas em casa, captam toda a oscilação diária da glicemia no horário da medida, as medidas de hemoglobina glicada servem para ter uma ideia da média dessas medidas em um período mais longo, algo como 3 a 4 meses.
b) Pesquisar a presença de complicações na fase mais inicial possível, buscando um tratamento mais eficiente. Para isso, o exame utilizado depende do órgão que gostaríamos de avaliar: se os rins, a dosagem da microalbuminúria e os testes de função renal fazem o papel básico; quanto aos olhos, o exame do fundo de olho (retinoscopia) feito pelo oftalmologista é suficiente para o diagnóstico; o exame do monofilamento de 10 g testa a sensibilidade dos pés, entre diversos outros.
Como ocorre a monitorização domiciliar?
A monitorização domiciliar atualmente é feita com a medida da glicemia capilar, principalmente. Os resultados destes testes se correlacionam muito bem com a glicemia medida laboratorialmente, e podem substituir os exames para medidas mais simples e frequentes.
Os esquemas de monitorização são múltiplos e dependem do diagnóstico, da fase de tratamento, do nível de controle, da estabilidade e várias outras características. Cabe ao médico decidir, junto com o paciente diabético, qual esquema é que mais se encaixa em suas necessidades individuais.
Com qual frequência deve acontecer a visita ao consultório?
As visitas ao médico devem ser frequentes, mas esses intervalos podem ser variáveis de acordo com a situação. Em geral, os diabéticos devem se programar para fazer entre 2 e 3 visitas ao médico dentro do período de um ano, no mínimo. Pacientes com esquemas de tratamento mais intensivos, com múltiplas aplicações, plenamente insulinizados, com controle oscilante ou difícil ou em situações que levem à piora rápida do controle (infecção, por exemplo) têm indicações de retorno mais precoce ao consultório para reavaliação.
Dr. Guilherme Ferreira Marquezine é Especialista em Endocrinologia e Doutor pela Universidade de São Paulo. Docente da Universidade Estadual de Londrina. Atua na área de Endocrinologia e Metabologia, com ênfase em diabetes mellitus e seus determinantes genéticos.
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