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A dor pode ser psicológica?
A dor nem sempre tem causa detectável por exames complementares (fibromialgia, dor abdominal crônica, dor pélvica crônica) e muitas vezes esses pacientes são tachados como portadores de doença psíquica. Deve-se valorizar sempre a queixa do paciente, para evitar erros diagnósticos. A dor da perda de uma parte do corpo, de um ente querido, da separação, da frustração é sempre dor e deve ter escuta clínica.
A literatura, entretanto, é clara em relatar a associação entre os transtornos de ansiedade e de depressão ou outros distúrbios psicológicos e dor crônica. A prevalência de depressão nesses pacientes está em torno de 40% a 70% e pode ser uma complicação do quadro álgico, agravando a intensidade do relato da dor. De forma alternativa, a dor pode ser sintoma da depressão. Em geral, no curso da dor crônica, a depressão parece acontecer seis a oito meses após o início da dor e provoca sentimentos de raiva, irritabilidade, alterações do sono e sintomas neurovegetativos, principalmente em indivíduos com história familiar prévia de depressão. Por outro lado, o transtorno de ansiedade acomete de 40% a 50% dos pacientes com dor crônica e é mais comum naqueles que apresentam depressão associada, podendo ser decorrente do temor de situações que poderiam causar ou aumentar a dor e é desproporcional à ameaça reconhecível, ocasionando desconforto somático subjetivo e alterações somáticas manifestas.
Existe prevenção?
A maior prevenção para dor crônica é o cuidado com a saúde – consultar regularmente o médico, fazer exercícios físicos, lidar melhor com o cotidiano, evitar trauma físico ou psíquico e diagnóstico e tratamento precoce do sintoma.
Quais os fatores de risco?
Existe susceptibilidade genética para desenvolver determinadas doenças que cursam com dor crônica. Entretanto, sobrecarga muscular, esforço repetitivo, deficiência nutricional, doenças endócrinas, infecciosas, inflamatórias e câncer facilitam o aparecimento da dor crônica.
Durval Campos Kraychete é Doutor em Medicina e Saúde - UFBA; Prof. Adjunto de Anestesiologia - UFBA; Coordenador do Ambulatório de Dor - UFBA. Contato: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
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