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A dor é um fenômeno subjetivo e desagradável, cujo conceito vem variando consideravelmente ao longo dos anos, desde a Antiguidade até o mundo contemporâneo. A idéia de que a dor era provocada pela ira e castigo dos deuses ou pela penetração de espíritos das trevas no corpo foi substituída pela hipótese da alteração dos mecanismos neurofisiológicos da percepção, envolvendo a atividade cognitiva e a comportamental. Embora a Associação Internacional de Estudo da Dor (IASP) tenha definido a dor como uma sensação subjetiva relacionada a uma lesão tissular, há evidência de que essa associação pode não ocorrer.
A dor de cabeça e a dor pélvica crônica, por exemplo, parecem existir sem lesão tissular detectável pelos métodos diagnósticos disponíveis na prática clínica atual, favorecendo a hipótese de que pode haver alterações neurofuncionais restritas ao complexo âmbito biomolecular, cuja interação, pouco conhecida entre neuromediadores, neurotransmissores e tradutores de sinais, em uma rede de bilhões de sinapses, ainda dificulta a compreensão da etiologia da dor.
A dor é definida como crônica se a duração for maior que três meses; o sintoma persiste além do tempo habitual de cura da lesão tissular.
- Ant
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