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O brasileiro Dr. Leandro Rhein que, foi um dos responsáveis pelo estudo na Itália, através de técnicas da Ortóptica, Terapia Visual, fototerapia e emissão transcraniana magnética elaborou os protocolos de estimulação nesses pacientes. “A técnica de neuroestimulação visual nada mais é do que um apanhado de diversas técnicas tradicionais de terapia visual e ortóptica. Não existe nada muito específico no tratamento de reversibilidade das ambliopias em adultos além dos estímulos modulados e adequados para cada via envolvida, a dizer, magnocellular, parvocellular e koniocellular. Para cada caso analisamos as imagens obtidas pelo TEP e pela RM, e elencamos a melhor opção”, diz.

As vias citadas (magno, parvo e konio) são agrupamentos celulares responsáveis todos os quais por determinadas funções da visão, tais como o processamento neural da cor, contraste, brilho, forma etc. Cada paciente tem na sua baixa visão uma dessas vias afetadas, ou em alguns casos, até todas; cabe ao profissional detectar qual está afetada e em qual irá atuar com a terapia, segundo Marcollenize.

O tratamento é realizado e planejado após analise aprofundada da área a ser trabalhada (detecção da via afetada), e é realizada usando técnicas tais como a Pleóptica, Neurovisão, ortopsia, terapia visual, fototerapia com emissão direta nos olhos baseada na técnica de Pigassou. Técnicas modernas surgiram desta técnica muito usada pela ortóptica, tais como a syntonic therapy.

Mesmo para pacientes com degenerações e patologias tais como glaucomas a técnica é mais restrita, mas ajuda muito na não-progressão. Segundo Rhein, “estudos complementares em patologias já estão sendo feitos em cobaias na França, Itália e Brasil, ainda é cedo para analisarmos a eficácia da técnica em baixas acuidades visuais decorrentes de patologias, mas estamos esperançosos, pois temos visto o avanço similar nesta área, tais como as células encapsuladas na retinose pigmentar. Em estudos preliminares realizadas na França com a técnica do Photophilling vimos uma resposta positiva em células até então histologicamente deterioradas de cobaias”.

Segundo os autores, a técnica para reversão da baixa visão decorrente de ambliopias depois dos 8-9 anos de idade já é uma realidade terapêutica e, em curto espaço de tempo, será também em outros com baixa de visão decorrente de patologias oculares.

 

 

Dr. Ricardo Felder Satvsky é Médico Neurologista pela USP, Fellow em Visual Neuroscience pela University of NY, Mestre em Neurologia da Visão e doutorando em Neurologia pela USP. Contato: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

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