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A comunicação mãe-bebê

Tanto as características da mãe como aquelas do bebê criam uma situação extremamente propícia para a construção e o desenvolvimento da comunicação, desde o início da vida pós-natal do bebê. Existem dois tipos de trocas comunicativas que propiciam a continuidade das interações e que ocorrem durante os primeiros meses iniciais de vida do bebê: as trocas face a face e aquelas chamadas mãe-objeto-bebê. Nas trocas face a face os parceiros se divertem mantendo olhares mútuos, sorrisos, vocalizações, balbucios e movimentos faciais e corporais. Nelas eles interagem sem utilizar objetos, mantendo o olhar um para o outro. Nas trocas mãe-objeto-bebê, os parceiros coordenam a atenção de ambos (basicamente o olhar) para um objeto e desenvolvem movimentos voltados para tocar, segurar e agir sobre o objeto.

Do ponto de vista emocional, o desenvolvimento de uma ligação afetiva entre o bebê e quem cuida dele, chamada também de apego, está relacionado à capacidade para a comunicação que existe desde o nascimento ou muito cedo na vida. Ocorre uma estreita relação entre o desenvolvimento afetivo e o desenvolvimento cognitivo. Bebês que desenvolvem apegos seguros com seus cuidadores tendem a ser mais seguros nas interações sociais e mais exploradores diante de situações novas, como na pré-escola e em situações que requerem convívio social.

A comunicação e os laços afetivos decorrentes são construídos através de um processo contínuo no qual tanto a mãe (ou parceiro adulto) como o bebê se modificam a partir do que o outro faz. Assim, o que a díade mãe-bebê (ou a díade cuidador-bebê) constrói ao longo do tempo vai possibilitar tanto construírem a comunicarem entre eles como se transformarem mutuamente. O bebê, então, se desenvolve mergulhado, por assim dizer, nas trocas sociais.

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