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O consumo de ácidos graxos da família Ômega 3 é a mais estudada interação entre alimento e a evolução das espécies. O ácido docosa-hexanoico (DHA) pode ser considerado o ácido graxo mais importante para o cérebro, já que é o mais abundante nas membranas das células cerebrais, e são considerados essenciais por não serem produzidos pelo organismo humano, que precisa obtê-los por meio de dieta. Acredita-se que o consumo de Ômega 3 teria sido fundamental para o processo de aumento na relação peso cérebro-peso corpo, fenômeno conhecido como encefalização, ou seja, aumento progressivo do tamanho do cérebro em relação ao corpo ao longo do processo evolutivo. Estudos arqueológicos apoiam essa hipótese, já que esse processo de encefalização não ocorreu enquanto os hominídeos não se adaptaram ao consumo de peixe.

A deficiência de Ômega 3 está associada a uma série de transtornos neuropsiquiátricos, como é o caso da depressão e do transtorno bipolar, esquizofrenia, transtorno de déficit de atenção e dislexia.

Dietas ricas em Ômega 3, ou até mesmo na forma de suplementos alimentares, são capazes de melhorar o aprendizado e a memória de crianças e ainda reduzem o risco de desenvolver depressão e demência. Podem ainda facilitar o controle da epilepsia e da esclerose múltipla.

 

 

Dr. Ricardo Teixeira – CRM/DF 12050 – é doutor em neurologia e pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp. Dirige o Instituto do Cérebro de Brasília e é o autor do blog "ConsCiência no Dia a Dia".

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