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O que o exagero no consumo da pimenta pode causar?

Apesar de muitas pessoas acreditarem que a pimenta pode causar úlceras ou produzir outros distúrbios digestivos, não existem dados científicos que comprovem este efeito. Entretanto, quando consumidas em grande quantidade por pessoas com hemorroidas, podem causar irritação no reto.

Quanto à toxidade, o principal risco está relacionado aos capsaicinoides. Estudos demonstraram que doses extremamente altas podem levar ratos à morte, mas em humanos seria necessário consumir de uma só vez cerca de 1,8 litro de molho de pimenta picante para o indivíduo ficar inconsciente.

 

Quais são as recomendações para se evitar o lado negativo da pimenta?

Assim como ocorre com o consumo dos outros alimentos ou com a utilização de medicamentos naturais, devemos ter cuidado com o exagero no uso de pimentas. A principal precaução deve ser tomada com o seu princípio ativo (piperina ou capsaicinoides). É necessário cuidado especial com os molhos de pimenta que não utilizam a pimenta natural, especialmente a oleorresina de Capsicum, que corresponde ao extrato ou óleo extremamente concentrado feito a partir de pimentas secas e picantes. Esta oleorresina pode provocar queimaduras ou bolhas na boca ou na língua, além de náusea, alteração respiratória e vômito.

 

Existem pimentas, por exemplo, que podem ser mais fracas e mais fortes?

A picância varia de acordo com o tipo de pimenta e pode ser expressa por uma escala sensorial denominada Scoville Heat Units (SHU) ou Unidades de Calor Scoville. Os seus valores variam de zero, para pimentas "doces", até um milhão de SHU para pimentas extremamente picantes.

Entre as principais pimentas consumidas no Brasil, são consideradas "doces" ou com baixa picância as pimentas conhecidas como cambuci ou chapéu-de-frade e a pimenta de bico ou biquinho, que possuem zero SHU. Entre as de média picância, temos a jalapeño (37.000 SHU) e a dedo-de-moça (46.000 SHU). E entre as de alta picância, a malagueta (164.000 SHU), a cumari-do-pará (210.000 SHU) e a murupi (223.000 SHU).

 

 

Regina Célia Rodrigues de Miranda Milagres é Economista Doméstica formada pela Universidade Federal de Viçosa, UFV, Minas Gerais. Doutoranda em Ciências pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura/Universidade de São Paulo - CENA/USP. Mestre em Ciências da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa. Especialista em Nutrição Humana e Saúde pela Universidade Federal de Lavras, UFLA, Minas Gerais. Servidora pública federal, Enquadramento funcional: Técnica de Nível Superior na Universidade Federal de Viçosa.

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